quarta-feira, março 15, 2006

Narciso

Mais e maior num tamanho diminuto e concentrado, abro alas na vida de forma revestida a tempos incertos.
Sou mar e espuma e destilo em aço cada soar de músculos menos anatómicos e biológicos.
Decifro e codifico o menor e mais lato sentido do interior que pouco se expande.
("Estás a pensar em quê? Porque não dizes nada?")
Remeti-me, um dia, à insânia de tudo amar: em larga escala me converti numa massa disforme e mal medida.
Pervertida.
Mais que dissonante, a fuga dá-se em tempos de vida em que julgo voar num soneto amorfo.
Que nada denota porque em tempos o coração se quedou no pavimento, lá ficando.
Permanecendo. Sem filtro.
E então mais que demais dilato num cubo pouco maior que o corpo. Identifico o fluído que se me percorre.
Num sentido latente de ânsias desordenadas, não esclareci mais que aquilo que já sabia.
Que poucas voltas ao mundo há a dar.
Porque em tempos o coração se quedou no pavimento.
Lá ficando.