sexta-feira, novembro 23, 2007

tem dias como que...



...sinto o cérebro esburacado pendurado no tecto pelo anzol
pescam-me nos dias de não querer estar
de não ter, todavia, para onde ir

cansa-me
aborrece-me
e congela a fonte de ideias


e eu nem sou de cá
(eu sou de outro sítio)

sexta-feira, novembro 16, 2007

She wore blue velvet...

ba

O tempo que sobeja do encarceramento laboral parto-o e reparto-o.

Foi-me segredado que tenho a necessidade de me esconder e de arranjar subterfúgios em que, aí sim!, explane os bocadinhos de pessoa que existem no betão derretido que preenchem o corpo. Entendo perfeitamente esta afirmação ainda que dela vá discordando um tanto ou quanto. Resolvi, anteriormente, elaborar uma folhinha em que nela abrisse a máquinazinha que, até ao momento, tem tido a sua relativa importância. Isto como que uma ode.

Ainda assim, para além de todos os espaços e, fundamentalmente, das folhas nuas cheias de veludo azul de eucalipto morto, esclarece-se o anonimato como que uma fuga ao afecto e ao objecto de desejo. Como se interessasse o que os outros pensam. Como se tivesse de me retrair num espaço que a mim pertence.

Daí que me refuso a aceitar em pleno essas picardias. E dir-lhe-ia, caso rondasse este espaço físico, que o tempo que sobeja do encarceramento laboral parto-o e reparto-o.
Arranjo as unhas e fumo na casa-de-banho.
Arranco a frivolidade capilar à unidade.
Leio na sua ausência.
Danço as castanholas e guitarradas do zoo caseiro.
E vou palmilhando os ponteiros.

tac tac tac tac tac tac

[fui ao médico e ele tirou-me o tique!]

Dá para esclarecer.
Não vou lançar epítetos, arriscando cair no lugar-comum referido pelo MEC no que toca ao amor e suas variâncias e as várias avarias e variáveis. Nem sempre é definível.
Como e quando saber?
Gostar muito é diferente de estar apaixonado é diferente de amar?
Sim, diz o outro senhor.

Disponho o meu tempo engendrando milhões de planos nunca executados e mortos à nascença in the name of preguiça. E não me importo nada!
Tudo me é completo e pleno e estou cheia cheia de flores. No peito mais que nenúfares!
Gosto muito mais de ti que quando estive apaixonada hum hum
De ti.
Que és uma banana. A banana.
A super-mulher.

Puseste a tua doença dentro de mim.

o dia em que a cabeça nasceu

a cabeça é um pedaço de uma catrefada imensurável de coisas. começa a encher ao primeiro rasgo de luz fictícia, entre pinças e a maca e a placenta nos olhos. o aviso foi mais em relação às pernas, que não fossem maiores abaixo do joelho que acima do joelho. isto porque logo ali se denota um gene parasita que une cada um que difere tanto do outro. como a infância, pela norma, não é das melhores épocas, a adolescência, mesmo para a melhor das fornadas, adivinha-se como um estado intemporal que preenche, para quem tem, o encéfalo de monstros de horrores vários. a minha, mantendo-se, deu e dá ainda mais trabalho que quaisquer primeiros 12 anos de existência. premente a questão dos bolbos dos outros cá dentro! naïve julgar-se passado dado acontecimento se, todos os dias, nos surge tão presente-parece-que-foi-ontem! as mais sinceras apologias a essas pessoas que me encheram! de medos. e de confusão dualidade coisas das piores e de qualidade duvidosa. e se me obsequiassem com reparos relativos ao estranho e erróneo modo com que brindo as páginas, gramaticalmente desprovidas de sentido e neolojadas de apêndices adjuvantes à dissertação, eu engoliria um "Vai-ta-pó-caral-ho", sempre respeitando o processo de hifenização, que isto há coisas que são sagradas. e alguém me perguntaria "Mas tu perdes tempo a pensar nisso porquê, uhn?" ao que eu, não oralizando, concluiria que há coisas que já não nos largam, que, se não inatas, depois de adquiridas não se vão já mais
[ah sim, aqui sou livre e se quero separar, separo!]
Como tudo se trabalha, como é possível e, acima de tudo, imperativo a elevação para além da cabeça, que é aquilo que já toda a gente sabe, proponho-me, secretamente, a expandir-me para além da mesma e começar a nascer de novo, agora que vale a pena. com sorte, ainda substituo a massa de merda e no lugar finito planto malaguetas amarelas e gordas e outros bolbos que esperam em gelo a chegada do verão. pois que é isso que sustenta o estado presente e também o pantagruel derretido. e as manhãs de sábado sem fim. e as ideias, que sem necessidade de as exprimir, coincidem, ajustam-se perfeitamente.
e, confesso, disso não estava eu à espera.
agora, vale tudo a pena!
tudodutudodutudodutudodutudodutudodutudodutudo

terça-feira, novembro 06, 2007

I Hope You Die

[dedicado àqueles que, não sabendo quem são, bem poderiam fazer jus a essa ignorância e atirarem-se para um delapidador e cortador e esquartejador de carne e ossos, mas que rodasse apenas à velocidade suficiente para que os golpes se dessem, tornando assim o processo lento, bem l e n t o ! No mundo que eu vejo, estas coisas existem e estas coisas chamam-se " pequenos-e-bonitos sistemas-de-acção-para-a-justiça-e-bem-estar-nas-ruas"!!! Filhos da puta!]



"...You must die I alone am best!
I hope ya flip some guy the bird,
He cuts you off and you're forced to swerve,
In front of the Beatles' tour bus,
A Bookmobile and a Mack truck,
Hauling hazardous biological waste,
The light turns red you have no brakes,
And "Hard Copy" gets it all on tape,
So you can see the look on your face,

...Die Die Die Die Die Die Die!
...Die Die Die Die Die Die Die!

I hope your Pinto begins to spin,
Takes out a disabled Vietnam Veteran,
Mows down a Nobel Peace Prize Winner,
And maybe some orphans having Christmas dinner,
Perhaps even the British Royal Family,
And the Rabbi that's clutching the bottle-fed puppy,
And we can't forget the newlyweds,
And those Jerry's Kids are as good as dead.

I hope this helps to emphasize,
I hope this helps to clarify,
I hope you die.

I hope your cellmate thinks he's God,
But C.N.N. refer to him as "Bowling Ball Bag Bob",
Serving time again for abuse of a corpse,
Only this time the victim's a Clydesdale horse,
While he masturbates to photos of livestock,
He does the "Silence of the Lambs" dance to Christian Rock,
Eats feces and quotes from "Deliverance",
And fights with his imaginary playmate Vince.

...Die Die Die Die Die Die Die!
...Die Die Die Die Die Die Die!

I hope he grins like Jack Nicholson,
And forces you to play a game called Balls On Chin,
And whatever happens next is all a blur,
But you remember "fist" can be a verb,
And when you finally regain consciousness,
You're bound and gagged in a wedding dress,
And the prison guard looks the other way,
'Cause he's the guy ya flipped the bird the other day.

I hope this helps to emphasize,
I hope this helps to clarify,
I hope you die.

...I hope you die!."


[Bloodhoung Gang]