sábado, abril 19, 2008

um dia

cosia a agulh'e'linha a palma da mão
um pouco de pele
um pouco de carne
coser de coser e coser de bordar
queria uma máquina mas os dedos lá não cabem
deixar tingir
vermelho expressionista
vermelho alemão
claro-escuro
18% cinza
de repente sou gente
mas carrego o mundo ainda

[parece impossível, quando irás tu crescer?]

cresço na superfície do desalento, grita, sou mais e duas vezes e sou tanto e tão pouco que infância minha me devolve hoje e sempre e quase nunca a expansão da insónia das 6 e tal! sou a extensão da linha que me percorre horizontalmente porque à falta de outra coisa também se me foge o equilíbrio! e tu que és sempre tu e só tu e mais ninguém, tu ensopas-me as ideias e descoses de manhã todo o meu trabalho nocturno!

quem esperas que volte um dia?
não creio que cresça um dia!

segunda-feira, abril 14, 2008

pequeno apontamento

chegas envolta em aromas dessa casa onde nunca entrei
a carga líquida que transportas adivinha a dor que te bateu à porta
desconheço quem lá te alojou
ignoro quem te faz as malas, quem te diz que lá pertences
não conheço a tua morada, não sei o que trazes às costas
apenas daria um braço para te reaver à essência

és a minha pessoa preferida, dir-te-ia.
quero ser contigo, tudo.

quinta-feira, abril 03, 2008

tiraste-me a casquinha da alma.

e agora, que faço com tanta exposição?