domingo, março 28, 2010
sexta-feira, março 26, 2010
breve apontamento ii
se eu, por acaso, te vir por aí
passo sem sequer te ver
naturalmente que já te esqueci
e tenho mais que fazer
quero que saibas que cago no amor
acho que fui sempre assim
espero que encontres tudo o que quiseres
e vás pra longe de mim
jp simões
passo sem sequer te ver
naturalmente que já te esqueci
e tenho mais que fazer
quero que saibas que cago no amor
acho que fui sempre assim
espero que encontres tudo o que quiseres
e vás pra longe de mim
jp simões
quinta-feira, março 25, 2010
breve apontamento
eles disseram-me que não te lavas o suficiente
eu disse-lhes que pretendes reduzir a tua pegada ecológica
eles disseram-me que não sabem e eu vi uns ombros incertos
eu disse-lhes que tal é louvável
os ombros mais-que-incertos
eu [não lhes disse mas] aboli os banhos contigo
e agora
não sei se ainda não te lavas o suficiente
eu adoro a tua pegada ecológica
e os teus louváveis ombros
mais-que-perfeitos
eu
[não te disse mas]
quanto mais abulo menos vontade tenho de me lavar
suficientemente
e tu
exalas
a opacidade febril
a chuva transplantada
a falta de amor
tu exalas
e eu desfaço
e chovo
[e pela lógica]
chovesses tu em mim
tu
pluviosidade
ácida
dava um dedinho do pé
[ou, pela lógica,]
toda a minha extensão
eu disse-lhes que pretendes reduzir a tua pegada ecológica
eles disseram-me que não sabem e eu vi uns ombros incertos
eu disse-lhes que tal é louvável
os ombros mais-que-incertos
eu [não lhes disse mas] aboli os banhos contigo
e agora
não sei se ainda não te lavas o suficiente
eu adoro a tua pegada ecológica
e os teus louváveis ombros
mais-que-perfeitos
eu
[não te disse mas]
quanto mais abulo menos vontade tenho de me lavar
suficientemente
e tu
exalas
a opacidade febril
a chuva transplantada
a falta de amor
tu exalas
e eu desfaço
e chovo
[e pela lógica]
chovesses tu em mim
tu
pluviosidade
ácida
dava um dedinho do pé
[ou, pela lógica,]
toda a minha extensão
o monstro da monogamia
rita rita
e a tua dúbia proto-heterossexualidade
desmembrável em pensamento
assim na terra como no céu
rita das estaturas concentradas
de marido marcado até à cova
suga-te a seiva suga-te a vida
e a saliva a sangrar em jorros
rita, oh rita!
olhar de soslaio às vinte e três e quelque chose
e a todas as fracções que a timidez te permite
és menos agora, talvez mais amanhã
e a tua dúbia proto-heterossexualidade
desmembrável em pensamento
assim na terra como no céu
rita das estaturas concentradas
de marido marcado até à cova
suga-te a seiva suga-te a vida
e a saliva a sangrar em jorros
rita, oh rita!
olhar de soslaio às vinte e três e quelque chose
e a todas as fracções que a timidez te permite
és menos agora, talvez mais amanhã
sexta-feira, março 19, 2010
terça-feira, março 16, 2010
da discalculia fenomenológica do amor
consumada está esta nossa tarefa de fornecer amor e seus artifícios excretados, sra. X. escrevo-te neste desfecho mais que adivinhado, analogando ao suicida que se furta à multidão e aparece desidratado aos pedaços dez anos após. vão desponta tal encargo pois que lida vos não sou.
dirijo-ta como derradeira, sra. X, a vacuidade a mais não me permite. que emerja que só vos quero todo o bem que um músculo fotossintético consiga espargir, conquanto lancetado. a verbalização fica-se por um terço do cuspido na banheira. tudo revejo dislexicado, deseslexicado.
que saibas apenas que te amei como quem ama e quer morrer por não suportar a exaustão de se ser tão deslocado do mundo. pois que o supracitado me subtraiu as pernas. e sendo-me menos, submeto-vos e a mim ao silêncio intemporal das esferas. seja o hiato o lugar desmembrado e amarelo do bivalve que fôramos.
despeço-me assim, sra. X, não no virtual papel em que me adivinhava discorrida embora tal intento nado-morto; mas de vós e de mim, mais de nós.
do que não fomos um dia porque o amor nunca é suficiente.
dirijo-ta como derradeira, sra. X, a vacuidade a mais não me permite. que emerja que só vos quero todo o bem que um músculo fotossintético consiga espargir, conquanto lancetado. a verbalização fica-se por um terço do cuspido na banheira. tudo revejo dislexicado, deseslexicado.
que saibas apenas que te amei como quem ama e quer morrer por não suportar a exaustão de se ser tão deslocado do mundo. pois que o supracitado me subtraiu as pernas. e sendo-me menos, submeto-vos e a mim ao silêncio intemporal das esferas. seja o hiato o lugar desmembrado e amarelo do bivalve que fôramos.
despeço-me assim, sra. X, não no virtual papel em que me adivinhava discorrida embora tal intento nado-morto; mas de vós e de mim, mais de nós.
do que não fomos um dia porque o amor nunca é suficiente.