terça-feira, junho 29, 2010
pequena mensagem à pequena ivone
só que todos os espaços que se ocupam
do monádico ao mais obtuso
não mais se passeiam vagos
têm dentro miríades de objectos impenetráveis
mas nunca objectiváveis
como os poços das alices
e as retretes dos filmes
e também que são inumeráveis
e infindáveis
[e talvez mais dois ou três adjectivos acabados em áveis]
e vivem no canto mais quente do armário humano
numa prateleira intermédia
ou no fundo do mar
:*
do monádico ao mais obtuso
não mais se passeiam vagos
têm dentro miríades de objectos impenetráveis
mas nunca objectiváveis
como os poços das alices
e as retretes dos filmes
e também que são inumeráveis
e infindáveis
[e talvez mais dois ou três adjectivos acabados em áveis]
e vivem no canto mais quente do armário humano
numa prateleira intermédia
ou no fundo do mar
:*
investia na melancolia
todo o capital que guardava
fosse a solidão dos dias úteis na capital
ou o rural monumento ao desalento
falhei na dissecação
quando se deu o parto da substância
e a placenta com que no bolso parto
é de uma dura espessura
que não sei já se me trago inteira
ou que pedaço me sobeja
tal a tonalidade da totalidade
que me subjaz
não sei se completa
se desfeita
todo o capital que guardava
fosse a solidão dos dias úteis na capital
ou o rural monumento ao desalento
falhei na dissecação
quando se deu o parto da substância
e a placenta com que no bolso parto
é de uma dura espessura
que não sei já se me trago inteira
ou que pedaço me sobeja
tal a tonalidade da totalidade
que me subjaz
não sei se completa
se desfeita
domingo, junho 20, 2010
terça-feira, junho 15, 2010
:.
os amantes eram escassos e desfigurados
e eclodiam no acidente de fogo
no lugarejo
levantar-se da cama e um bocejo
coincidia com a jugular rasgada
sucessiva e coagulada
e os amantes
tergiversados
pouco abundantes
davam-lhe a paz de uma batalha
a discussão acalorada
que cessa e morre
esterilizada
e eclodiam no acidente de fogo
no lugarejo
levantar-se da cama e um bocejo
coincidia com a jugular rasgada
sucessiva e coagulada
e os amantes
tergiversados
pouco abundantes
davam-lhe a paz de uma batalha
a discussão acalorada
que cessa e morre
esterilizada
segunda-feira, junho 14, 2010
¨¨¨.
quando uma coisa se colou à outra
predisposta
mas subexposta
julgou-se fria a consequência
e era mesmo
numa grande angular que sobeja
mas estrídula
que talha os cantos
excluíram-se parentescos
e rótulos
mas a crise foi o produto
a interacção
ou aquele desta
tudo ficou exíguo
e desfocado
predisposta
mas subexposta
julgou-se fria a consequência
e era mesmo
numa grande angular que sobeja
mas estrídula
que talha os cantos
excluíram-se parentescos
e rótulos
mas a crise foi o produto
a interacção
ou aquele desta
tudo ficou exíguo
e desfocado
domingo, junho 13, 2010
coloquei-te no pedestal das vizinhas
amei-te sem amor às mijinhas
sacudi-te em poses comezinhas
sem engolir, comi-te o tutano
e as espinhas
amei-te sem amor às mijinhas
sacudi-te em poses comezinhas
sem engolir, comi-te o tutano
e as espinhas
sábado, junho 12, 2010
k. maurício não via o cifrão
a minha vontade então era pregar bem alto a alguns imaginativos que tomem a vida a sério, se não quiserem ser despedaçados como ele: - não sonhem, vivam! reparem que a existência atrás da quimera, sem querer ver as pedras do caminho, fê-lo morrer, depois de uma vida de casas de hóspedes, de vadiagem e de dor. a vida é dura, a vida não se fez para sonhar; para triunfar é necessário bater os lados sem ver quem vem, agarrar-se a gente com sofreguidão, morder... ai os vencidos! pobres dos que hesitam um instante! auxiliar alguém é perder tempo: prá frente! prá frente!... fora o sonho! para que é que em pequenos nos mentem e nos dizem que há amigos e afeições?... entra a gente na vida com ilusões, que só se perdem em pedaços de alma, quando muito melhor seria dizer-nos que há unicamente o dinheiro. dinheiro! - esta palavra faz vibrar os mais moles: gadanhos convulsos estendem-se ávidos, os olhares ferem como lâminas... para que andamos a mentir uns aos outros, quando nos sentimos todos, aos trinta anos, capazes de sacrificar um irmão ao interesse?...
raúl brandão - a morte do palhaço e o mistério da árvore
raúl brandão - a morte do palhaço e o mistério da árvore
sexta-feira, junho 11, 2010
.::.
nunca se afigurará normal
esse ambiente estival
a deserção passiva
à imposição inimiga
toda a esperança ferida
numa medida adagial
por certo tal desgaste cerebral
[e consequente discorrimento fenomenal]
usa da acção discursiva
para rebater a vereda constritiva
ainda que debalde a invectiva
tal camisa não me serve, de tão desigual
esse ambiente estival
a deserção passiva
à imposição inimiga
toda a esperança ferida
numa medida adagial
por certo tal desgaste cerebral
[e consequente discorrimento fenomenal]
usa da acção discursiva
para rebater a vereda constritiva
ainda que debalde a invectiva
tal camisa não me serve, de tão desigual
quarta-feira, junho 09, 2010
terça-feira, junho 08, 2010
o caroço apodreceu às quatro e tal
foi da humidade?
[a mancha de humidade na parede do brandão?]
revisitado foi excluído se deitou
nesse leito espargido
a borracha e asfalto
ninguém mais faz a cama
ninguém lava os pés
assim como ninguém se masturba com peças
de vegetabilidade fálica comprometidas com o tacho
o caroço apodreceu
a casa encolheu
sobra em orifícios
o que lhe falta em bambocha
foi da humidade?
[a mancha de humidade na parede do brandão?]
revisitado foi excluído se deitou
nesse leito espargido
a borracha e asfalto
ninguém mais faz a cama
ninguém lava os pés
assim como ninguém se masturba com peças
de vegetabilidade fálica comprometidas com o tacho
o caroço apodreceu
a casa encolheu
sobra em orifícios
o que lhe falta em bambocha
tu és o meu ás de espadas
guardo-te no ás de copas
fecho-me em copas
tu copulas
fico sincopada
tu encopas-te
eu enfrasco-te
e bebo-te
guardo-te no ás de copas
fecho-me em copas
tu copulas
fico sincopada
tu encopas-te
eu enfrasco-te
e bebo-te
sábado, junho 05, 2010
quinta-feira, junho 03, 2010
*no matter how much i brush, I’ll never have that emo straight mullet hot lesbian look. i refuse to straighten. they’ll never take me alive*
a.p.