domingo, setembro 19, 2010

constatação das 3 e meia

a milla jovovich é um espanto!

sábado, setembro 18, 2010

havia umas escadinhas
uma eira
e um baú cheio de milho
em que forjávamos mãos decepadas

agora não há nada

sexta-feira, setembro 10, 2010

escrever pode ser uma óptima desculpa para quem na vida não tem qualquer esperança. é uma maneira de preencher uma sombra e há momentos em que um beijo escrito vale por muitos.

é sempre a vida, é claro, mas com a distância limpíssima das palavras. e tudo sofre de uma insuficiência que a arte tenta reparar, e falha.

eu espero que a esperança um dia venha e tudo isto não seja mais do que um exercício de gramática.



pedro paixão - nos teus braços morreríamos

segunda-feira, setembro 06, 2010

clementina


sabes que tens um [a barra de] espaço
para quando quiseres falar de amor
ou só de cada partícula em que esse se desmembra

a amizade não vai de férias*

*i'm on fire*


:D

já me tinha passado esta pela moina.
obrigada, mm.
e tenho já uma na calha para ti ;)

'procuramos uma funcionaria no máximo com 29 anos...

... de preferência mais nova.'


[não me vou pronunciar mais do que isto, nem sequer fazer reparos quanto ao modo como está escrito]

-_-

quinta-feira, setembro 02, 2010

«3



as miúdas - iii. polly jean harvey

há uma onomatopeia que me sugere

não, foda-se!
não me encharquem em necessidades!
estou-me a cagar para o pseudo-prestígio social
não quero uma morada abissal
com canteirinhos de plástico
e estátuas fátuas
se a paciência é um elástico
o meu está lasso

não quero um automóvel potente
ou uma patente choruda
não choro a carteira dos outros
nem encarto jogadas certeiras
não acerto
não desenvolvo
não, não quero um volvo
nem um renault 5
não quero uma têvê agádê
não quero cordelinhos mexidos
nem orquídeas mortas
ou portas bambas e tortas
de matéria classificada
nunca quis um duplex no príncipe real
tampouco um príncipe real
realmente
é-me indiferente
porque não ando de saltos altos
não roubo pérolas a ostras
só dou pérolas a porcos
porque
ainda assim
ser-se o melhor que se pode
é melhor que ser-se excelso
e sacudir o sublime
do capote