não, foda-se!
não me encharquem em necessidades!
estou-me a cagar para o pseudo-prestígio social
não quero uma morada abissal
com canteirinhos de plástico
e estátuas
fátuasse a paciência é um elástico
o meu está lasso
não quero um automóvel potente
ou uma patente choruda
não choro a carteira dos outros
nem encarto jogadas certeiras
não acerto
não desenvolvo
não, não quero um volvo
nem um renault 5
não quero uma têvê agádê
não quero cordelinhos mexidos
nem orquídeas mortas
ou portas bambas e tortas
de matéria classificada
nunca quis um duplex no príncipe real
tampouco um príncipe real
realmente
é-me indiferente
porque não ando de saltos altos
não roubo pérolas a ostras
só dou pérolas a porcos
porque
ainda assim
ser-se o melhor que se pode
é melhor que ser-se excelso
e sacudir o sublime
do capote