quarta-feira, maio 26, 2010

^

faz hoje oito anos que te não vejo todos os dias.
no tal em que me levaram da vida, assumi este espectro transcendental e elevei-me num surrealismo imberbe.
petrifiquei-me na adolescência.
tudo me toca demasiado dentro da carne mas não me molda.
moldei-me apenas quando deus morreu, no tal em que passei a nomeá-lo enterrado e em caixa baixa.
o excesso de miúdas platónicas sufocam-me.
todavia, são as que me escusaram aos antidepressivos.
não mergulho na dor antiga porque a carne que restou é agora nada mais que um fio de dor.
o metal discorre na ausência.
ler no meio da multidão e cotovelos e energúmenas palmadinhas facadinhas nas costas mais não é que assumir que o meu lugar é um duplex onde se estica e corre e sobeja minúsculo o coração.
a pele que visto só me serve a mim.
e a tua a ti.
e por aí.
e é nisto, só nisto que se percebe estar tão bem regulado o mundo.