quinta-feira, novembro 17, 2011
terça-feira, junho 07, 2011
quinta-feira, fevereiro 10, 2011
ii.
namorava-a e ao seu andar como havia namorado aquelas copa mundial perdidas no estandarte da sporito no centro comercial maringá, em leiria
namorava-a e às suas covinhas, espreitava por debaixo da mobília do col centar da edp em póvoa de santo adrião, odivelas, na esperança de a ter mesmo à frente, oculta, e a odiar, uma vez mais, a falta de transparência daquele microcosmos do gigante monte de merda do mundo dos maiores de idade
namorava-a e à sua nuca superpovoada, a cada unha recém-pintada, à sua pausa rotineira a tresandar a nove horas [aqui é sempre tão cedo!] e à placa a cuspir estrelas
sssss que sorriso perfeito!
e namorava-a, namorava-a tanto!, que chegava a sonhar com ela em contextos extremamente extra-laborais
namorava-a e ela não sabia.
namorava-a.
[no imperfeito, porque cada coisa tem o seu tempo]
namorava-a e ao seu andar como havia namorado aquelas copa mundial perdidas no estandarte da sporito no centro comercial maringá, em leiria
namorava-a e às suas covinhas, espreitava por debaixo da mobília do col centar da edp em póvoa de santo adrião, odivelas, na esperança de a ter mesmo à frente, oculta, e a odiar, uma vez mais, a falta de transparência daquele microcosmos do gigante monte de merda do mundo dos maiores de idade
namorava-a e à sua nuca superpovoada, a cada unha recém-pintada, à sua pausa rotineira a tresandar a nove horas [aqui é sempre tão cedo!] e à placa a cuspir estrelas
sssss que sorriso perfeito!
e namorava-a, namorava-a tanto!, que chegava a sonhar com ela em contextos extremamente extra-laborais
namorava-a e ela não sabia.
namorava-a.
[no imperfeito, porque cada coisa tem o seu tempo]
sexta-feira, janeiro 28, 2011
*dez lamúrias por gole*
i.
há, meu andré, dois submundos paralelos com uma ponte amovível, que os une de quando em vez. tínhamos um submundo das duas, agora cada uma tem o seu. provavelmente, num mundo paralelo, estamos juntas.
estamos, de certeza.
afinal, falamos de um universo de possibilidades num tempo infinito (com uma massa finita?). penso como seria se estivéssemos juntas. será que num mundo paralelo estarei a pensar em como seria se não estivéssemos juntas?
estou, de certeza.
há, meu andré, dois submundos paralelos com uma ponte amovível, que os une de quando em vez. tínhamos um submundo das duas, agora cada uma tem o seu. provavelmente, num mundo paralelo, estamos juntas.
estamos, de certeza.
afinal, falamos de um universo de possibilidades num tempo infinito (com uma massa finita?). penso como seria se estivéssemos juntas. será que num mundo paralelo estarei a pensar em como seria se não estivéssemos juntas?
estou, de certeza.
quinta-feira, janeiro 13, 2011
domingo, janeiro 09, 2011
quinta-feira, dezembro 16, 2010
quinta-feira, dezembro 09, 2010
'a bem da nação'
onan despiu-se para matar
mas só as calças que faz
que fez
um frio do caralho
só para lembrar que há um substante
que gravita
o botão para se transladar
lareiras mágicas e pó estelar
um dois três
ou quanto pague
aquilo que o dinheiro
não paga
oh!
cadência bela
da decadência!
hoje tenho dezasseis anos
a minha libido é uma panela
de pressão
mas só as calças que faz
que fez
um frio do caralho
só para lembrar que há um substante
que gravita
o botão para se transladar
lareiras mágicas e pó estelar
um dois três
ou quanto pague
aquilo que o dinheiro
não paga
oh!
cadência bela
da decadência!
hoje tenho dezasseis anos
a minha libido é uma panela
de pressão
quarta-feira, novembro 24, 2010
Platão e a ideia sobre a origem erótica do conhecimento
A contemplação é um ensaio de transmigração. Mas isto - buscar em algo o que tiver de absoluto si próprio e cortar todo outro interesse parcial meu para ela [a coisa], deixar de a usar, não querer que me sirva, mas servir-lhe eu de pupila imparcial para que se veja e se encontre e seja ela própria e por si -, isso, isso... não é o amor?
Ortega y Gasset - O que é a filosofia?
sábado, novembro 13, 2010
sexta-feira, outubro 29, 2010
quando estou contigo
enrolo mais cigarros
fumo mais cigarros
procuro o movimento das mãos
só apêndices
na cartografia local
quando o movimento das esferas
tem atrito
e rangem à passagem do frio
é aquela hora de que ninguém desconfia
enrolo mais cigarros
fumo mais cigarros
procuro o movimento das mãos
só apêndices
na cartografia local
quando o movimento das esferas
tem atrito
e rangem à passagem do frio
é aquela hora de que ninguém desconfia
sexta-feira, outubro 15, 2010
quinta-feira, outubro 14, 2010
domingo, setembro 19, 2010
sábado, setembro 18, 2010
havia umas escadinhas
uma eira
e um baú cheio de milho
em que forjávamos mãos decepadas
agora não há nada
uma eira
e um baú cheio de milho
em que forjávamos mãos decepadas
agora não há nada
sexta-feira, setembro 10, 2010
escrever pode ser uma óptima desculpa para quem na vida não tem qualquer esperança. é uma maneira de preencher uma sombra e há momentos em que um beijo escrito vale por muitos.
é sempre a vida, é claro, mas com a distância limpíssima das palavras. e tudo sofre de uma insuficiência que a arte tenta reparar, e falha.
eu espero que a esperança um dia venha e tudo isto não seja mais do que um exercício de gramática.
pedro paixão - nos teus braços morreríamos
é sempre a vida, é claro, mas com a distância limpíssima das palavras. e tudo sofre de uma insuficiência que a arte tenta reparar, e falha.
eu espero que a esperança um dia venha e tudo isto não seja mais do que um exercício de gramática.
pedro paixão - nos teus braços morreríamos
segunda-feira, setembro 06, 2010
'procuramos uma funcionaria no máximo com 29 anos...
... de preferência mais nova.'
[não me vou pronunciar mais do que isto, nem sequer fazer reparos quanto ao modo como está escrito]
-_-
[não me vou pronunciar mais do que isto, nem sequer fazer reparos quanto ao modo como está escrito]
-_-
quinta-feira, setembro 02, 2010
há uma onomatopeia que me sugere
não, foda-se!
não me encharquem em necessidades!
estou-me a cagar para o pseudo-prestígio social
não quero uma morada abissal
com canteirinhos de plástico
e estátuas fátuas
se a paciência é um elástico
o meu está lasso
não quero um automóvel potente
ou uma patente choruda
não choro a carteira dos outros
nem encarto jogadas certeiras
não acerto
não desenvolvo
não, não quero um volvo
nem um renault 5
não quero uma têvê agádê
não quero cordelinhos mexidos
nem orquídeas mortas
ou portas bambas e tortas
de matéria classificada
nunca quis um duplex no príncipe real
tampouco um príncipe real
realmente
é-me indiferente
porque não ando de saltos altos
não roubo pérolas a ostras
só dou pérolas a porcos
porque
ainda assim
ser-se o melhor que se pode
é melhor que ser-se excelso
e sacudir o sublime
do capote
não me encharquem em necessidades!
estou-me a cagar para o pseudo-prestígio social
não quero uma morada abissal
com canteirinhos de plástico
e estátuas fátuas
se a paciência é um elástico
o meu está lasso
não quero um automóvel potente
ou uma patente choruda
não choro a carteira dos outros
nem encarto jogadas certeiras
não acerto
não desenvolvo
não, não quero um volvo
nem um renault 5
não quero uma têvê agádê
não quero cordelinhos mexidos
nem orquídeas mortas
ou portas bambas e tortas
de matéria classificada
nunca quis um duplex no príncipe real
tampouco um príncipe real
realmente
é-me indiferente
porque não ando de saltos altos
não roubo pérolas a ostras
só dou pérolas a porcos
porque
ainda assim
ser-se o melhor que se pode
é melhor que ser-se excelso
e sacudir o sublime
do capote