segunda-feira, maio 31, 2010

RIP Dennis Hopper



(1936/2010)

domingo, maio 30, 2010

escrever

não tem mais razão de ser.

quarta-feira, maio 26, 2010

^

faz hoje oito anos que te não vejo todos os dias.
no tal em que me levaram da vida, assumi este espectro transcendental e elevei-me num surrealismo imberbe.
petrifiquei-me na adolescência.
tudo me toca demasiado dentro da carne mas não me molda.
moldei-me apenas quando deus morreu, no tal em que passei a nomeá-lo enterrado e em caixa baixa.
o excesso de miúdas platónicas sufocam-me.
todavia, são as que me escusaram aos antidepressivos.
não mergulho na dor antiga porque a carne que restou é agora nada mais que um fio de dor.
o metal discorre na ausência.
ler no meio da multidão e cotovelos e energúmenas palmadinhas facadinhas nas costas mais não é que assumir que o meu lugar é um duplex onde se estica e corre e sobeja minúsculo o coração.
a pele que visto só me serve a mim.
e a tua a ti.
e por aí.
e é nisto, só nisto que se percebe estar tão bem regulado o mundo.

hoje

caiu-me a ficha.

sexta-feira, maio 21, 2010

escreve deus torto

por linhas imensamente direitas.

terça-feira, maio 18, 2010

eu vou.

monda

carrego aos ombros o peso do mundo

aparte disso

sou a cávia rolante
enjeitada e petulante
e rimo
sem quadrante
o vício
o medo
o poro nauseabundo

segunda-feira, maio 17, 2010

apócope

o animal caminhava farto e lento
cheio da coisada emocional de quem acaba de nascer
e nada deseja
que não seja
absorver
o mundo inteiro.
mal se mexe.
diziam-lhe que aos pares tudo era mais bonito.
todavia, o modo como o mundo levava o premente e não menos deprimente rumo mais motivava o descalabro de se ser sozinho na bolha.
odiava a palavra ausência, essas sílabas desgastadas à deriva nas bocas cariadas.
todos sabem o que é mas nunca o porquê de tal se dar.
aus.
ência?
soava-lhe a essência cincunflexada.
fechada.
sete chaves à essência.
a ausência parecia-lhe então o tempo em que se espera na ombreira da porta, embrenhado no forçado pensamento de decidir o caminho a tomar em éne que se quer com companhia.

domingo, maio 16, 2010

patrícia...

...artista vermelha
dizem-me de ti
como me dizem de deus
os fundamentalistas católicos

...artista vermelha
vendes a alma ao criador
ligas ao povo e ao doutor
quer uma nulidade apostólica?

...artista vermelha
sabes bem o que já fumavas
dois exangues dedos de prosa
e a noite toda adentro

...artista vermelha
escrevo-te na ausência do amor
tu dos homens pretos
eu das miúdas em geral

quinta-feira, maio 13, 2010

sing*

terça-feira, maio 11, 2010

aqui jaz um extremamente enterrado papa

mono_dias

monstro verde _ oh atrasada, isso de escreveres em minúsculas é síndrome valter hugo mãe?

joana _ não, grande boi, é complexo de napoleão!

das paixões

'Paixão não tem plural.'


jad

segunda-feira, maio 10, 2010

só porque o bento cá vem

as mortalhas são como os pipis

não se lambem sozinhas.

acreditarei que o beijo é o melhor antibiótico

quando vir escrito que o cunnilingus é o melhor antimicótico!

crónica do tras-ant-ontem

no 2.º dia de trabalho:

caguei no trabalho.


[imagino como seria bonito se tal acto não tivesse sido literal.
ou tivesse, mas efectivamente n'O trabalho e não na retrete!
no teclado.
no ecrã.
ou nas firmas que o sustentam.
ou no capital.
ou na pirâmide social.
com tamanho gáudio me sentaria nua no píncaro do sólido.
o meu ânus transvestido seria somente a elucidação de tantas vontades caladas.
pontuadas.
finalmente pontuadas como finalmente pontuo esta posta.
veementemente.
.]

domingo, maio 09, 2010

metaética

mete a ética no cu!

5 x 6

oh não-enxada de arestas retumbantes!
quem dera saber-te finita!
não restas amada em laços errantes
ferves não filtras liquidificas
que não só de aliterantes
nasce o homem vive o homem morre o homem

não te quero instrumentalizar
que por ti mato ques
mato o mato
depilação inaudita
tudo o que desejo dizer-te
cabe em mão e 1/2

assassino então a forma
num amor-aborto que antevês
não quero rimar
não quero saber
ceifo o sexto e último

mas a ti, corto maltese das tiras dos meus dias
no que te concerne atribuo a máxima culpa
o que quero de ti é um divã temporário
porque tu és o derradeiro e temporal ralo
não nos vou agrilhoar
a escravatura foi abolida no reino dos afectos

és o cacto esponjoso que de bom grado fumaria
mas no ciclo te exalava expelia sem propriedade
fosse eu realmente ícaro
e tu o meu cerume alado
o sol seria o meu fito
tu derretida na minha pele eu no solo escalavrada

quinta-feira, maio 06, 2010

quarta-feira, maio 05, 2010

__

diz-me porque me fazes sentir
estupidamente bem
estupidamente mal
se te não amo
nem te quero

[quero tanto tanto]

terça-feira, maio 04, 2010

henrymillefilia

[monstro verde_podia vir um pterodactilo, joana! e comer-te o cérebro!]

nessa supuração magenta
vivificada num outrora saco de erva
adivinharam-se
sem nexo
amores latifundiários

o cuspo que ao corpo acrescenta
amplia o costume que enerva
ausentando-se
no sexo
dos espaços apartidários

e da tua existência incruenta
sacrificada por um deus que te governa
acalentaram-se
em plexo
medos vãos mas necessários

[joana_e se te fosses foder?]

1.º maio_10