domingo, maio 09, 2010

5 x 6

oh não-enxada de arestas retumbantes!
quem dera saber-te finita!
não restas amada em laços errantes
ferves não filtras liquidificas
que não só de aliterantes
nasce o homem vive o homem morre o homem

não te quero instrumentalizar
que por ti mato ques
mato o mato
depilação inaudita
tudo o que desejo dizer-te
cabe em mão e 1/2

assassino então a forma
num amor-aborto que antevês
não quero rimar
não quero saber
ceifo o sexto e último

mas a ti, corto maltese das tiras dos meus dias
no que te concerne atribuo a máxima culpa
o que quero de ti é um divã temporário
porque tu és o derradeiro e temporal ralo
não nos vou agrilhoar
a escravatura foi abolida no reino dos afectos

és o cacto esponjoso que de bom grado fumaria
mas no ciclo te exalava expelia sem propriedade
fosse eu realmente ícaro
e tu o meu cerume alado
o sol seria o meu fito
tu derretida na minha pele eu no solo escalavrada

1 comments:

Blogger Lia Lemmi said...

escreves muito bem, joana

a minha palavra é "resse". por momentos ocorreu-me um pensamento quase xenófobo: o indivíduo africano, funcionário do blogger, escolhe as palavras que servem de verificação; vê que eu quero comentar e está indeciso, não sabe que palavra me atribuir, empandeira-me a fibra óptica com irresolução, até que enfim uma palavra lhe salta à vista da extensa lista e ele exclama "resse que ir!"

10.5.10  

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