quinta-feira, fevereiro 10, 2011

ii.




namorava-a e ao seu andar como havia namorado aquelas copa mundial perdidas no estandarte da sporito no centro comercial maringá, em leiria
namorava-a e às suas covinhas, espreitava por debaixo da mobília do col centar da edp em póvoa de santo adrião, odivelas, na esperança de a ter mesmo à frente, oculta, e a odiar, uma vez mais, a falta de transparência daquele microcosmos do gigante monte de merda do mundo dos maiores de idade
namorava-a e à sua nuca superpovoada, a cada unha recém-pintada, à sua pausa rotineira a tresandar a nove horas [aqui é sempre tão cedo!] e à placa a cuspir estrelas
sssss que sorriso perfeito!
e namorava-a, namorava-a tanto!, que chegava a sonhar com ela em contextos extremamente extra-laborais
namorava-a e ela não sabia.
namorava-a.
[no imperfeito, porque cada coisa tem o seu tempo]