segunda-feira, setembro 25, 2006

O teu corpo é um braço de mar recitando em sal menor a manhã menos inerte.
Rompi talvez o pacto que detinha com uma artéria ou duas, na fluidez do que alma permite ao papel. A disfunção deve-se ao resto, ao palpável e enquadrável na meia-luz. Essa, a tal, a mesma luz que se manifesta mas passa ao lado e não importa e tão pouco é sinal de uma súbita e potencial timidez.
Esqueço-me a quantas ando, se evoluo, se regulo esquemas ou se fomento, permito, manifesto aquilo que é já indissociável do pulsar latente.
Da respiração. Inspiração. Expiração. Hábitos.
Rotina.
Mas a coisa já nem se dá.
Já não flui. ("Porque não flui?")
Porque tu não deixas. A tua imagem ocupa todo o perímetro mental de onde, numa previsão sem fundamento ou base sustentável, adivinho letras sufocadas e reprimidas tentando escapar à claustrofóbica embalagem em que outrora foram liquidas como num dia qualquer.
Mas não como hoje.
Agora já não.
Não porque a ausência que o odor expande corta as asas dos caracteres. E marca-te em sal e notas de música apática, recortada, desmedida, envergonhada, desordenada num compasso fora d'horas.