quarta-feira, março 15, 2006

Narciso

Mais e maior num tamanho diminuto e concentrado, abro alas na vida de forma revestida a tempos incertos.
Sou mar e espuma e destilo em aço cada soar de músculos menos anatómicos e biológicos.
Decifro e codifico o menor e mais lato sentido do interior que pouco se expande.
("Estás a pensar em quê? Porque não dizes nada?")
Remeti-me, um dia, à insânia de tudo amar: em larga escala me converti numa massa disforme e mal medida.
Pervertida.
Mais que dissonante, a fuga dá-se em tempos de vida em que julgo voar num soneto amorfo.
Que nada denota porque em tempos o coração se quedou no pavimento, lá ficando.
Permanecendo. Sem filtro.
E então mais que demais dilato num cubo pouco maior que o corpo. Identifico o fluído que se me percorre.
Num sentido latente de ânsias desordenadas, não esclareci mais que aquilo que já sabia.
Que poucas voltas ao mundo há a dar.
Porque em tempos o coração se quedou no pavimento.
Lá ficando.

3 comments:

Anonymous Anónimo said...

o sentimento é por si mesmo um dilema,latente ou não com filtro ou não desloca-se sempre connosco.
Os filtros por vezes favorecem-nos diante de tantas coisas mas eles são apenas uma linha que basta um milimetro para a transpor, saber usa-lo é uma virtude.
Não deixes essas coisas que tornam o ser humano unico (capacidade de amar) para trás, usufrui valorizando para grama,mml,U!

16.3.06  
Blogger Joana Coelho Lopes said...

Como sempre,grande!!(não em altura,pq aí és mesmo pequena,pá!!)

Te amo

6.4.06  
Anonymous Anónimo said...

Atrevo a dizer que foi do melhor que já li e confesso que me toldou o espaço onde se colocares o ouvido escutas batidas. Es um pequeno ser:) grande em conteúdo daqueles que não se tiram do coração. beijinhoos:)

11.4.06  

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