quarta-feira, novembro 30, 2005

SANGUE FRIO

Tu nunca choras ao ver sangue
Tu nunca sangras quando sofres
Guardas a dor dentro do cofre
Se alguém decifra o segredo
E se pica no teu ferrão azedo
Tu lambes-lhe o sangue do dedo
Tu nunca choras ao ver sangue
Tu nunca ficas transparente
És daquela raça tão rara
Que tem no olhar o gelo quente
Se alguém te atinge o coração
Aguentas o baque
De frente
E sentes uma oscilação
Defendes-te com uma paixão competente
E encarnas tão impunemente
A pele de um animal de sangue quente
Que ama a sangue frio
Tu nunca choras ao ver sangue
Tu nunca ficas transparente
És daquela raça tão rara
Que tem no olhar o gelo quente
Gelo quente
Quente e frio

Carlos Tê/Clã

2 comments:

Anonymous Anónimo said...

Realmente excepcional.

3.12.05  
Blogger Hugo Lourenço said...

E a verdade é aquela que vejo no teu reflexo ao ler esta música.

15.12.05  

Enviar um comentário

<< Home