sábado, abril 19, 2008

um dia

cosia a agulh'e'linha a palma da mão
um pouco de pele
um pouco de carne
coser de coser e coser de bordar
queria uma máquina mas os dedos lá não cabem
deixar tingir
vermelho expressionista
vermelho alemão
claro-escuro
18% cinza
de repente sou gente
mas carrego o mundo ainda

[parece impossível, quando irás tu crescer?]

cresço na superfície do desalento, grita, sou mais e duas vezes e sou tanto e tão pouco que infância minha me devolve hoje e sempre e quase nunca a expansão da insónia das 6 e tal! sou a extensão da linha que me percorre horizontalmente porque à falta de outra coisa também se me foge o equilíbrio! e tu que és sempre tu e só tu e mais ninguém, tu ensopas-me as ideias e descoses de manhã todo o meu trabalho nocturno!

quem esperas que volte um dia?
não creio que cresça um dia!

1 comments:

Blogger Hugo Lourenço said...

espero que (não) cresças um dia: e seja feita a tua vontade.

30.4.08  

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